" A rigor a linguagem escrita não passa de um sucedâneo, de um ersatz da fala. Esta é que abrange a comunicação lingüística em sua totalidade, pressupondo, além da significação dos vocábulos e das frases, o timbre da voz, a entonação, os elementos subsidiários da mímica, incluindo-se aí o jogo fisionômico. Por isso, para bem se compreender a natureza e o funcionamento da linguagem oral e examinar em seguida a escrita como uma espécie de linguagem mutilada, cuja eficiência depende da maneira por que conseguimos obviar à falta inevitável de determinados elementos expressivos." (CÂMARA JÚNIOR, Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral e escrita. Petrópolis: Vozes, 1986)
De acordo com Mattoso Câmara, o tom de voz, os gestos, a mímica do indivíduo falante são partes fundamentais na Linguagem, pois complementam o que este quer expressar em sua comunicação, e ainda afirma também que a escrita sucede à fala, conforme abordado. Segundo o autor, esses recursos expressivos colaboram para a valorização de determinadas palavras, deixando-as mais precisas, indiciando o receptor a como receber do expositor, de forma a revelar uma gama de sentimentos deste em referência ao que diz. Sendo de tal importância na Linguagem que, na língua escrita, onde eles não podem figurar, temos de recriá-los na leitura mesmo mental, para podermos apreciar e até compreender o texto. Como a leitura em voz alta na escola, usada geralmente no ensino fundamental, que tem principalmente como finalidade dar-nos a capacidade de espontaneamente emprestar o tom adequado às palavras escritas que temos diante de nós e sem o qual elas ficam, de acordo com Mattoso Câmara, mutiladas.
Outro exemplo, e este contemporâneo são as aulas “on-line”, disciplinas trabalhadas através da internet. Quem imaginava vinte anos atrás que isso seria possível? Hoje é real, mas se perguntarmos aos alunos e professores, com certeza dirão que é uma grande diferença uma aula toda lida apenas pelos alunos, e escrita pelos professores, o relacionamento do ensino aprendizagem fica virtual também, e toda a composição de um docente ao explicar oralmente seu conteúdo e o aprendiz ouvir e ver toda a expressão do professor e esse a do aluno, mutilando o relacionamento real de professor aluno, concordando com Mattoso. Então a oralidade não é importante?
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Luana Abali
Muito legal o seu blog, Luana! Ambiente agradável e o conteúdo está bem interessante. Vou colocar na lista de blogs. bjs!!!
ResponderExcluirQue bom que gostou Ricardo! Obrigada, o seu já está por aqui.. rs
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